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quinta-feira, 30 de julho de 2009

"Olho de cabra tem gostinho de ostra"

A aventura está prestes a começar, em um paraíso perdido, recortado por dunas, prais desertas e lagoas. Vigiados 24 horas por dia vinte participantes enfrentarão os desafios de um ambiente "selvagem", muitas provas e ainda duas eliminações por semana.
Na noite desta quinta-feira, quando for ao ar o primeiro episódio da quarta temporada do programa No Limite, a cabeleireira Elaine Cristina Cosmo de Melo, de 44 anos, estará em frente à televisão, com uma porção de pipoca, no conforto de seu apartamento na Vila São Francisco, zona oeste de São Paulo. Vencedora da primeira edição do reality show, ela diz que não perderá por nada as novas provas de sobrevivência pelo qual passarão os 20 candidatos que sonham com o prêmio de R$ 500 mil.
Na minha época o prêmio era menor...”, reclama Elaine, que faturou R$ 300 mil, menos 27,5% de imposto. “Mas tudo bem, participei na hora certa, quando ainda não existia todo esse deslumbramento pela fama. Hoje tem gente pagando cada mico por aí...”

Elaine (em pé) entre os concorrentes da primeira edição de 'No Limite'

A primeira edição de No Limite, comandada por Zeca Camargo na cidadezinha de Beberibe, no Ceará, foi ao ar em julho de 2000. A atração surpreendeu não apenas por ser pioneira ao explorar o formato dos realities shows no país, mas por fazer seus concorrentes se submeterem a desafios como dormir ao relento no meio da mata fechada ou comer olhos de cabra.
“Comparada a outras provas, comer olho de cabra foi um bálsamo! Até achei bom, porque tinha gostinho de ostra”, relembra Elaine. “O pior é passar da primeira semana, vencer a saudade da família”, garante a cabeleireira, casada com o motorista Salomão, e mãe de Manuella, 17 anos, e Letícia, 12.
“A caçula era bem pequena na época, assistiu as fitas do programa sete anos depois. Deixei partir dela essa vontade”, diz. Ela ficou me achando uma heroína de desenho animado, com poderes especiais... Só por isso valeu entrar no programa”.
Além da admiração da filha, Elaine ganhou o prêmio que investiu em dois imóveis e na compra de um estacionamento. Este último se revelou um mau negócio. “Só posso dizer que fomos vítimas de um golpe e o processo corre na Justiça há cinco anos".
Vida no limite
Superar a pecha de “azarão" por ser uma gordinha em uma turma de saradões, e vencer o No Limite, não foi a maior das provas que Elaine enfrentou.
Seis meses após a disputa que lhe rendeu fama nacional, a cabeleireira entrou em uma depressão que se arrastou por quase cinco anos. Hoje ela atribui a doença à perda do pai em um acidente de carro e a do irmão mais velho, assassinado em um assalto, ambos em 1988.
“Foram coisas que vieram à tona tardiamente, talvez por eu não ter posto para fora toda dor que estava sentindo na época”, avalia ela, que chegou a pesar 160 quilos. “Até que comecei a fazer o tratamento com remédios e decidi que aquilo tinha que acabar”.
Elaine voltou a trabalhar como cabeleireira, mas só atende a domicílio. “Não deu para voltar para os salões de beleza. O pessoal pensava que eu me achava famosa, metida, e aí me tratavam mal. Mas tudo bem, sempre tive minhas clientes fiéis”.
Para essas, a cabeleireira costuma dar o livrinho de bolso “Minutos de sabedoria”, o mesmo que leu diariamente em rede nacional durante os dias de desafios em No Limite. “Depois que venci o programa, a editora me mandou caixas com vários. Dou de presente, porque esse livrinho você tem que ganhar de alguém, não adianta só ir lá e comprar”.
À turma que participa desta nova edição do programa, a cabeleireira diz que infelizmente não pode passar uma receita para a vitória. Mas aconselha: “Sejam vocês mesmos. Não adianta fingir que são bonzinhos, simpáticos, porque ali o conflito é inevitável, são situações de privação. O melhor a fazer é manter o equilíbrio e viver um dia de cada vez”.
Abaixo, os 20 participantes que irão encarar os desafios de viver No Limite:
Os concorrentes foram dividos em duas equipes: Tribo Manibu e Tribo Taíba. Da primeira, participam Eneida, 33 anos, corretora de imóveis do Pará; Bia, 24 anos, turismóloga do Rio de Janeiro; João Guilherme, 23 anos, publicitário do Rio de Janeiro; Rafão, 28 anos, comerciário de Minas Gerais; Luiz, 35 anos, empresário do Rio de Janeiro; Marcelo, 30 anos, domador de cavalos do Rio Grande do Sul; Felipe, 27 anos, professor de Educação Física de São Paulo; Julia, 26 anos, empresária de Santa Catarina; Jessica, 25 anos, aeromoça de São Paulo; e Luciana, 38 anos, bombeira de Goiânia.

Na equipe Taíba estão Alexandre, 29 anos, feirante do Rio de Janeiro; Osmar, 31 anos, enfermeiro de Santa Catarina; Sandy, 29 anos, advogada do Rio de Janeiro; Gilson, 36 anos, bombeiro do Rio Grande do Sul; Ronaldo, 54 anos, empresário de Minas Gerais; Denise, 27 anos, instrumentadora do Rio Grande do Sul; Índia, 30 anos, lutadora da Bahia; Sibele, 24 anos, relações públicas de São Paulo; e Gabriela, 28 anos, psicóloga de Minas Gerais.
Nesta edição, o número de participantes passa de 12 para 20. A “superpopulação” tem um motivo. Antes, o programa era exibido apenas aos domingos, havendo uma eliminação por semana. Desta vez, o reality será apresentado na quita e no domingo, ao vivo, com dois participantes saindo do jogo a cada semana. Outra novidade é que, até a terceira edição, os competidores é quem escolhiam o eliminado. A partir de agora, as provas irão definir dois concorrentes à eliminação, depois, o público é quem vai votar e escolher quem sai do programa. No final, o vencedor ganha um prêmio de R$500 mil e o segundo e terceiro lugares ficam com R$100 mil e R$50 mil, respectivamente.
Nos 62 dias de reality show, os 20 participantes ficarão isolados na cidade de Flecheiras, há duas horas de Fortaleza, no Ceará. Eles entrarão na disputa apenas com a roupa do corpo e devem enfrentar provas de resistência, habilidade e raciocínio.
No Limite foi inspirado foi inspirado em Survior, programa de sucesso nos Estados Unidos. A 18ª temporada, atualmente em exibição na TV norte-americana, foi gravada no Parque Estadual do Jalapão, em Tocantins.
Após três edições exibidas entre 2000 e 2001, No Limite saiu do ar pois Mark Brunett, criador do Survivor, acusou o programa brasileiro de ter copiado a versão americana sem pagar pelo formato. Para retomar o reality show, a Globo decidiu regularizar a situação e comprou os direitos de Survivor.
Entrevista feita por Dolores Orosco, retirada do site G1.

2 comentários:

Vinícios disse...

Olá, gostaria de convia-lo para fazer parte com seu blog no maior blog de medição da internet. Confira: http://ibopeblogs.blogspot.com
Deixe um comentário no blog confirmando participação. Vai ser um honra ter você entre os blogs participantes.
Abraço

J. Júnior disse...

Não assisti nenhuma das edições anteriores de "No Limite", apesar de simpatizar com este tipo de programa.
Talvez eu acompanhe esta atual...

Valeu!