O fim de um mito

Ontem o mundo perdia um de seus astros mais idolatrados: Michael Jackson, o Rei do Pop, sofrera naquele dia uma parada cardíaca em sua casa em Los Angeles, ainda jovem, aos 50 anos. Ele deixa três herdeiros -Prince Michael I, Paris Michael e Prince Michael II-, vários discos, prêmios, polêmicas, dívidas e uma legião de fãs inconsoláveis.

Trajetória

Aos 5 anos deixava os primeiros e pequenos passos no mundo da música. Cantando ao lado dos irmãos no inesquecível Jacksons Five, era destaque: afinado, alegre, carismático. O quinteto era formado por Jackie, Tito, Marlon, Jermaine e Michael. Eram os Jackson Five. Em 1969, eles estouraram com I want you back.

Sucesso e cobranças vieram cedo demais para ele, que, caçula, era o líder do grupo. No fim dos anos de 1970, o pequeno Michael era grande demais para o grupo, e para lançar sua carreira solo, naquele mesmo ano lançou Off The All, que vendeu 11 milhões de cópias no lançamento, e em 1980, já era o disco de black music mais vendido da história.

Ao fazer esse disco, Michael conheceu o produtor Quincy Jones. Desse parceria surgiria um sucesso tão assustador quanto o extrondo de Michael: Thriller, o álbum mais vendido de toda a história da música, com 106 milhões de cópias. O maior sucesso do cantor ficou tocando incessantemente por dois anos seguidos nas rádios do mundo.

Mas foi nas telas que Thriller inovou mesmo: efeitos especiais, cenografia, roteiro, tudo junto gerava uma nova linguagem.

Rock, pop e ainda com ritmo, blues. Ninguem podia descrever o que se ouvia ou se via. Era coisa de outro mundo, de quem podia andar na lua. Quem nunca imitou uns passinhos? Parecia ser fácil, mas... Quem não conseguia arriscava a mãozinha, uma caidinha pro lado, ajeitava a cabeça, dava um gritinho... Todos queriam ser como ele, fazer tudo o que ele fazia. Era febre, fenômeno, sucesso, surpresa, emoção. Além de discos e Grammy's, Michael colecionava uma multidão de fãns histéricos. Possuia o mundo.

Gravou com outros artistas o refão da música preferida da Solange: We Are The World. Mas as atitudes de bom moço não caíam muito bem no novo disco, Bad, em poortuguês, mau, que vendeu 25 milhões de cópias. Michael começou a expressar nas músicas as suas angústias, que faziam sucesso. Foi a primeira vez que um disco pôs cinco músicas em primeiro lugar.

Mas o rei do pop não era apenas campeão na venda de discos. Cheio de estilo, inconfundível, Michael se apresentou durante um intervalo de um dos mais importantes eventos esportivos dos Estados Unidos. Ao todo, 133 milhões de espectadores e a maior audiência já registrava pela TV estadunidense até hoje.

Começam os anos 1990. Michael Jackson assina um contrato bilionário e se torna o artista mais bem pago da indústria musical. O disco “Dangerous”, lançado em 1991, vende 21 milhões de cópias. O videoclipe de “Black and White” ficou famoso pelo efeito que mostrou a transformação de várias pessoas.

Durante os anos que se sucederam, Michael continuou produzindo, lançando CD's, mas envolto em polêmicas, o sucesso de antigamente custava se repetir. Depois de 18 discos gravados e de 705 milhões vendidos, o sucesso estava adormecido, já havia perdido o brilho. Mas para a alegria de muitos, o cantor anunciara sua volta aos palcos, em sua última turnê, mês que vem. Shows esperados por muitos, que nunca irão acontecer.

A música e mais que ela, a vida de Michael Jackson apontava para um final inevitável, dramático, como um filme, um thriller.

Hoje

Michael Jackson é destaque em todos os canais televisivos, jornais, rádios e outras mídias, como sempre foi, seja por suas declarações, polêmicas, canções e agora por sua morte.

Para lembrar o astro, o Globo Repórter de hoje será especial. Contará os primeiros passos como cantor até os últimos momentos dele entre nós. A mesma iniciativa será tomada pelo SBT Repórter. Mas a emissora de Silvio vai mais longe e exibe hoje, na Tela de Sucessos, como sugestão dos telespectadores, o filme Moonwalker, estrelado por Jackson em 1987:

Sinopse: Mr. Big (Joe Pesci) é um poderoso traficante de drogas, que representa um enorme perigo às crianças. Para defender os pequenos surge o Rei do Pop na pele de um herói extraterrestre com poderes fantásticos. O filme apresenta algumas canções do álbum Bad e coreografias que marcaram sua carreira, como o seu passo mais famoso, o "moonwalker" (passo da lua).

Adeus, Michael. Esteja bem onde estiver.

Fonte: Bom Dia Brasil, O Globo, Blogaritmox, Opinião e Opção